Americanas vai debater hoje, plano de recuperação judicial com credores
A varejista encaminhou um acordo preliminar com bancos e fundos que representam mais de 60% de seu endividamento total
NEGÓCIOS
Redação
12/19/20232 min read


(Internet)
A Americanas (AMER3) está a caminho de definir, nesta terça-feira (19), o destino da quarta maior recuperação judicial do Brasil.
Após o anúncio, há onze meses, de inconsistências contábeis revelando um passivo de R$ 42,5 bilhões, a varejista elaborou um acordo preliminar com bancos e fundos que representam mais de 60% de seu endividamento total.
Esse acordo indica que o plano de reestruturação tem a maioria necessária para aprovação na assembleia geral de credores (AGC), agendada para as 14h.
Os cinco maiores credores da Americanas – Bradesco, Santander, BTG Pactual, Itaú e Safra, que têm aproximadamente R$ 16,5 bilhões a receber da varejista – assinaram o acordo. Outras instituições financeiras, como Banco do Brasil, Caixa, Banco Votorantim, ABC Brasil, e fundos administrados pelo BTG e Itaú, também aderiram ao plano de apoio à reestruturação (PSA).
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No âmbito do PSA, ficou acertado um aporte de R$ 24 bilhões. Desse total, o trio de acionistas de referência da Americanas – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira – contribuirá com R$ 12 bilhões, enquanto os bancos converterão R$ 12 bilhões de créditos em ações da Americanas.
Se a proposta for aceita por mais de 50% dos credores nesta terça-feira, os acionistas bilionários injetarão imediatamente R$ 3,5 bilhões por meio de uma debênture com vencimento em dois anos. Além disso, está prevista a eleição de um novo conselho de administração da Americanas até 10 dias após a homologação do acordo.
No acordo, a Americanas também expressou a intenção de vender as unidades de Hortifruti Natural da Terra (HNT) e Uni.co. Os recursos provenientes dessas vendas serão usados para quitar dívidas antecipadamente e, caso ultrapassem R$ 1 bilhão, o excedente financiará as operações da empresa.
O documento estabelece ainda que outras Unidades Produtivas Isoladas (UPIs) não inicialmente listadas, como as operações de lojas físicas e e-commerce, podem ser negociadas.
Para dívidas trabalhistas e de micro e pequenos empreendedores, a Americanas se compromete a pagar integralmente o crédito. Outras classes de credores receberão a dívida completa se tiverem até R$ 12 mil a receber.
Aqueles com valor superior a R$ 12 mil receberão uma oferta de R$ 12 mil, renunciando ao montante excedente.
Por fim, até R$ 8,7 bilhões serão destinados ao pagamento de credores financeiros, por meio de um leilão reverso com funding de até R$ 2 bilhões e pagamento antecipado com desconto de R$ 6,7 bilhões em recursos.
Ao final do processo de recuperação judicial, a previsão é que a Americanas tenha uma dívida bruta de R$ 1,87 bilhão.